venerdì 15 novembre 2013

Chegada do UPP na Favela da Marè

PorAmanda Rocha

As 16 associações de moradores do conjunto de favelas da Maré estão se reunindo periodicamente com o alto comando da polícia para discutir diversas questões de segurança, inclusive a instauração de 4 UPPs no conjunto. “Se discute segurança em tudo. Pregamos a melhoria da qualidade de vida e apoiamos o que vier de melhoria para a comunidade”, diz um membro da associação que não quis se identificar. Preocupados com a manutenção das Unidades de Polícia Pacificadora, moradores esperam que a integração urbana e social das áreas pacificadas seja contínua. Marcada pela violência, a favela da Maré sofreu mais uma ação policial surpresa na quarta-feira (13), resultando na prisão de 26 pessoas. A operação foi avaliada pelos membros da associação como “menos violenta”. Para eles, há melhora, ainda que lenta.
A instalação das Unidades Pacificadoras deve acontecer no início do próximo ano e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, participará de reuniões na Maré para mostrar os planos de trabalho. O papel da associação nesse processo é analisar o que pode passar despercebido na política do governo e que seja um assunto de importância para os moradores. “Da Vila Pinheiro até o Conjunto Esperança, por exemplo, são 31 anos de construção. Muita coisa tem que ser modificada. Não basta falar que vai fazer o ‘Bairro Maravilha’; queremos ver a execução”, explica o membro da associação. As UPPs ainda são vistas com olhos cabreiros. Muitos não enxergam o programa como uma boa solução, alegando que a integração com o resto da cidade fica esquecida. “Não adianta fazer uma pacificação, que na verdade é ocupação, e implantar um monte de coisa que já está sumindo, como podemos ver em outras comunidades”, reclama o membro que não quis se identificar.
Serviços básicos estão na lista de prioridades dos moradores da Maré. A energia elétrica, por exemplo, é uma delas. Segundo ele, as empresas não podem dar atenção a essas questões somente quando a comunidade está nos holofotes da cidade. “Nós sofremos com a energia da mesma forma que a zona sul sofre. Se 70% dos moradores não paga conta de luz, quem é o culpado: o morador ou a companhia? Não se pode esperar a atenção das empresas de energia elétrica só quando a UPP está chegando. É um serviço que precisamos sempre”, diz. O destino dos traficantes expulsos das favelas no momento da ocupação também preocupa. “O que vamos fazer com eles [traficantes]? Deixar que saiam pelos lados e pratiquem outro crime ou integrá-los a sociedade?”, indaga.

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